Acidente VOEPASS
Vivenciamos no ultimo dia 09 de agosto, o triste acidente aéreo com a empresa VoePass, em São Paulo, mais precisamente, na cidade de Vinhedo, que resultou em 62 vítimas fatais.
A ABRAPAVAA presta sua solidariedade a todos os familiares. Nossos sentimentos!
O acidente teve ampla repercussão no país e no exterior. Doloroso demais assistir a queda daquela aeronave e imaginar o desespero daqueles passageiros e tripulação, cientes da queda em questão de segundos.
Assim que confirmado, meu celular começou a receber inúmeras mensagens e chamados… desabei! Imaginar aquelas famílias presenciando aquela queda, a dor, o desespero e sofrimento que tanto bem conheço, começava naquele momento. Como não ajudar, apoiar e não transmitir a experiência da ABRAPAVAA?
Dentro do possível, fomos atendendo ao que estava ao nosso alcance naquele momento e naquela situação.
Muitas informações, imprensa (para o bem e para o mal), sendo requisitada e principalmente, sendo atualizada sobre todas as iniciativas e demandas solicitadas e sendo atendidas pela VoePass e também pela LATAM, com quem a VoePass mantém codeshare. Assim que confirmado o acidente, a LATAM iniciou e disponibilizou junto com a VoePass, seus gabinetes de crise, a resposta à emergência e a assistência às famílias.
Definitivamente, vivemos um novo momento. Me dirigi ao hotel onde pude constatar toda a estrutura implementada para recepção, hospedagem e atendimento das demandas dos familiares das vítimas como: psicólogos, médicos, empresas aéreas, religiosos e o que mais se pode imaginar necessário para dirimir um pouquinho toda a imensurável dor dos familiares.
E porque “vivemos um novo momento”?
A ABRAPAVAA desenvolve um trabalho constante nos seus 27 anos, de sensibilização, diálogo e construção da IAC-200-1001, norma ANAC de “Assistência aos familiares de vítimas”, que entrou em vigor em 2005.
A oportunidade de presenciar essa evolução foi demonstrada, agora, diante do que presenciamos na resposta ao acidente VoePass.
“CADA PORTA UMA RESPOSTA” como bem disse Chris Haddad – nosso vice-presidente.
O hotel foi preparado – através do CAF – Centro de Acolhimento aos Familiares, para acolher, apoiar e orientar os familiares que lá chegavam, transportados pelas empresas aéreas quando vindos de outros estados e localidades e, os mesmos, seguiam sendo atendidos em absolutamente, todas as necessidades por eles manifestadas.
. Havia a porta do Luto com o atendimento psicológico
. Havia a porta do Silêncio (para aqueles que desejavam se recolher em silêncio)
. Havia a porta das Empresas Aéreas
. Havia a porta da Identificação das vítimas (com especialistas informando pelos procedimentos junto ao IML)
. Havia a porta do Cartório (ali instalado para que, assim que identificada a vítima, era elaborado o Atestado de Óbito e assim, vários familiares, de outras localidades, já seguiam com seu ente querido e de posse do atestado)
. Havia a porta do Seguro RETA – Seguro obrigatório que, com o Atestado de Óbito em mãos, já poderia ser solicitado e providenciado para seu pagamento
. Havia a sala do Seguro de Responsabilidade Civil – para orientar os familiares para, no momento adequado, estarem informados quais serão os procedimentos e o melhor momento no processo de reparação
. Havia a porta da Defensoria Pública
. Havia a porta do Ministério Público Estadual
Por todo tempo, profissionais capacitados e treinados circulando para receber, ouvir e acolher a todos.
Por todo o tempo também, diretores da VoePass presentes desde o primeiro momento e ali permaneceram.
Reforcei junto a empresa aérea, sobre a importância dos cuidados com os ‘salvados” (pertences), para que preservassem todo e qualquer objeto encontrado no local do acidente para posterior tratamento e futura entrega aos familiares. Assim está sendo feito. Foi contratada uma empresa especializada e no momento adequado, os mesmos serão entregues. A importância desse gesto e para as famílias são imensuráveis. São memórias, histórias de vida e, respeito da empresa aérea para com as famílias.
Mais uma observação muito importante sobre a ANAC – a ABRAPAVAA, sempre teve a oportunidade de ressaltar a ANAC sobre a importância de sua presença no local aonde está instalado o CAF – Centro de Acolhimento dos Familiares para fiscalizar e acompanhar o cumprimento da Norma IAC – 200 – 1001 e confesso, foi emocionante. A ANAC esteve presente, desde o primeiro momento e lá permaneceu até o final de todas as demandas.
Que evolução e sensibilidade. Hoje, podemos dizer com convicção que, para um familiar de vítima, que experimenta perda tão traumática, estará sendo acolhido como sempre preconizou a ABRAPAVAA.
Indiscutivelmente, foram necessários anos de dedicação, persistência e diálogo com a ABRAPAVAA, levando a importância da “linguagem” do familiar de vítima para a empresa aérea e aos órgãos que dela competem, como ANAC e CENIPA.
A propósito, sem deixar de mencionar a iniciativa do CENIPA, através de seu chefe, Brig.Marcelo Moreno, que se dispõe a receber um “comitê” criado pelos familiares, através da ABRAPAVAA, para mantê-los informados sobre a evolução da investigação do acidente.
A ABRAPAVAA agradece e reconhece a importância de todos os envolvidos por nos ouvirem, nos darem espaço e, principalmente, por estarem abertos a essa evolução.
ABRAPAVAA – 11 99204.1324
[email protected]
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